Rewind

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

vento que sopra|

O vento que sopra correndo
Traz do teu nome a rima fugidia
E é ao vento que passa correndo
Que eu digo quem mais queria

O vento que sopra correndo
Traz do teu corpo a sombra desenhada
E é ao vento que passa correndo
Que eu digo quanto és amada

O vento que sopra correndo
Traz de ti a saudade em flor  
E é ao vento que passa correndo
Que eu falo da minha dor

RM

despedida|

Como um rumor de folhas estalando
Nossas bocas se unem sobre a vida
Com um rumor de corpos se abraçando
Em nossos ossos se adia, enfim, a despedida


RM

rio|

Vejo um rio correndo sozinho
E teus braços são da ponte a pedra da saudade
Vejo um rio correndo de mansinho
Esperando na noite, ao fundo, a liberdade

RM

primavera|

O teu nome é Primavera tardia
De mil flores postas sorrindo no mundo
O teu corpo é eterna maresia
É sol sob um mar verde e profundo

RM

sonho|

Sonho manhãs nascendo em teus seios
Em que tudo seja luz e nada mais
Sonho volúpias sem tamanho e sem receios
Em que sejamos sempre eternos e reais

RM 

beijos|

Deito-me em teu corpo como num jardim
E todos os sonhos eu vou refazendo
Deito-me contigo se dizes que sim
E as flores são beijos ardendo

RM

domingo, 20 de outubro de 2013

poente|

Depois do beijo que me deste
Há um fio de noite que não cessa
É um poente que de novo recomeça
Na areia do bem que me fizeste

RM 

relento|

É no relento do teu corpo
Que meu coração inteiro se expõe
É na noite alta dos teus beijos
Que o mundo se cala e a dor das coisas se compõe

RM

mar|

Quando avisto ao longe o mar
Há uma noite que se ergue de repente
E é quando avisto ao longe o mar
Que tudo é brisa e escuro e sonho de repente

RM

dos teus olhos|

No vidro dos teus olhos se ergue o mundo
E nosso amor é uma enorme fortaleza
Tua boca é o mar sereno e mais profundo
E em meu peito me nasce uma certeza

RM

lume|

Tua pele são ondas na borda dos meus lábios
E teus braços são do tempo o fim e o silêncio
Nossos corpos são luz, são lume num incêndio
E de todos os desejos os mais sábios  

RM

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

sangue|

O meu sangue é como um rio
Que escolhe teu mar para buscar
Teu corpo é lume quente no Estio
E rumor na noite a começar

RM

os teus lábios|

Nos teus olhos a noite traz estrelas
E em teu corpo as vielas são sombras de desejo
Ouço palavras e ao dizê-las
Tua boca me lembra um beijo

RM

liberdade|

Sempre que teu chão não pouse em meus braços
Procura no céu a luz da cidade
Refaz inteiro dos pedaços  
O mar da nossa liberdade

RM

firmamento|

Como um abraço no escuro do mundo
Guardo teus olhos no fio do tempo
Guardo dos beijos o mais profundo
Que foi luz no firmamento

RM

terça-feira, 8 de outubro de 2013

sonho|

A manhã inclina-se na linha do teu ventre
E todas as vésperas são ecos de vida
Que venha a luz, que inteira entre
Para te beijar a boca adormecida
RM 

primavera|

Passas e não me levas debaixo do vestido
E és primavera fugindo na rua
Passas e és um sol mil vezes repetido
Ardendo em brasa na pele nua 

RM

infinito|

O dia dorme perto do fim
E da vida sobra ainda o infinito
Vem esperar junto de mim
E ousar, em tudo, o interdito

RM 

beijos|

Percorro o teu corpo como uma rua
E em tua pele deixo segredos guardados
Vivo inteiro na imagem tua
E dos corpos enlaçados

RM

luz|

Mastigo fundo o sabor dos teus beijos
E dorme na areia fome tamanha
Prova na boca a espuma dos meus desejos
E sê luz na sombra que me acompanha

RM