e repete nos poros do caminho o teu nome
uma, duas, muitas, todas as vezes
olha o vento a fingir que é verão
se calhar, podíamos retomar o poema
que dizes,
de enfeitares, de novo, o cabelo
com a madrugada inteira do meu desejo
sabes, amor, a saudade é a espera entre sonhos
podias voltar a tempo de me leres baixinho -
é outra vez verão nessa página
desarrumemos a distância como as gavetas onde deixamos a roupa
amor, faz como o vento e passa por aqui outra vez
veste a minha camisa outra vez
e lê-me baixinho
pega num cigarro, se quiseres
eu deixo.
lê-me como se me esperasses
veste, se puderes, a camisa azul
e vê que o bolso traz o teu nome escrito
foi a saudade que o bordou
[do lado de dentro.]
RM