No céu a luz que desmaia
No peito fechado do Inverno
Que chegou há dias
Passo os olhos na face sombria
Do granito cinzento da Avenida
E o que passa em mim é o teu amor
Revelado no súbito conforto dos ossos
E na ampla esperança que se rasga no horizonte
O mundo que passa e por onde passo
É o que te tem por limite
A cor dos teus olhos avivando as horas
O calor do teu corpo apagando as sombras
E tudo o resto que passa
São rostos que desconheço
De moradas que não são minhas
Porque se acaso passo à rua
Perco-me para te encontrar
Posta a brilhar na face do mundo
Que, em breve, dormirá.
Ricardo Pinto Mesquita
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