Como colos doces que te abriguem
Como desejos sem medida e sem tamanho
Sem noite, sem sombra e sem mais nada
Que não o brilho do teu rosto iluminado.
Sonhei por ti um diálogo imenso
Um abraço, um encontro assim supenso
E risos perfumados como incenso.
Inventei por ti uma verdade
Pedi mais tempo, mais céu, mais firmamento
Como um espelho todo luz sobre a cidade.
Esqueci os nomes, as formas e os caminhos
E larguei solta a palavra no silêncio
Deixei-nos sorrindo os dois sozinhos
Abrigados inteiros num incêndio
Neguei-te o descanso e quis correr para ti em euforia
Sempre menino, sempre alegre e agitado
Guardando nas veias a alegria
O néctar da vida assim sagrado.
Guardei-te em mim como um segredo
Como um lençol de calma e harmonia
Como o rumor de gente sobre o dia
Ou lágrimas de espuma num rochedo.
Decorei inteiro o teu nome e o teu gesto
Para chamá-lo sempre doce sobre os dias
Para erguer com a fome de um protesto
O mundo completo que querias.
RM
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