vou impedir que os teus lábios rompam o silêncio
a madrugada é triste se o barco navega vazio
sabes, hoje não vou deixar-te ficar no frio cinzento da chuva
vou vestir-te o meu corpo todo já sem pressa
e esperar que as tuas lágrimas se cansem no escuro
sabes, hoje vou inventar uma nova rima na tua pele
vou estreitar os parêntesis dos nossos corpos
só porque a distância é como um rio perdido sem margens
sabes, hoje, só hoje, vou fechar os olhos e encontrar-te de novo
vou inventar perguntas e errar nas respostas que me pedes
e vou escrever no avesso de um outro início sempre o mesmo -
que te quero e que não é tarde nunca
vem, só chegamos tarde se quiseres.
RM
Sem comentários:
Enviar um comentário