MÃE,
nunca estarei longe demais para voltar a casa.
tu sabes, Mãe, que saio sempre a correr
a carteira,
o relógio,
um sms todos os dias que te diz,
amo-te muito,
e é verdade que esse amor é sempre o melhor assento do autocarro,
que a lembrança do teu abraço é o melhor casaco que tenho.
sabes, Mãe,
o telefone não to diz mas eu lembro-me, sabes?
juro que me lembro de todos os passeios na praia
de todas as vezes em que me perdoaste
e tudo continuou exactamente como antes:
o mesmo sorriso-de-areia-morna,
a mesma voz de brisa-que-dança,
o mesmo coração-cheio-como-uma-gaveta-de-sonhos.
parece, Mãe, que a verdade que sei
é, tantas vezes, um segredo que não conto
mas, se puderes, lê isto:
amo-te muito,
e juro que me lembro de tudo.
vem ter comigo perto do mar
no coração para toda a vida um sms que te diga,
amo-te muito,
mesmo que, junto do mar, já haja frio
eu serei, para toda a vida,
o casaco de que precisas.
RM| XXV-IX-MMXVI
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