"...Casou com um primo, não sem agrado, para resolver uma questão de extremas e arredondar o património. Esses casamentos com primos não eram apenas uma táctica financeira, mas correspondiam a um preconceito próprio; resumiam a fidelidade tribal que prefere sempre as alianças muito provadas na mesma raíz e nos mesmos hábitos. O primo era como o irmão para as dinastias egípcias: reunia o discurso da consanguinidade que afinal dispõe de todos os meios para prevenir a política dos partidos, e tinha a vantagem de produzir uma só memória histórica, o que era fortalecer a autoridade do clã."
Agustina Bessa-Luís in "Os Meninos de Ouro", p. 27.
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