ao longe, muito quieta, pensei que os teus olhos estivessem a aprender o infinito
o céu era um vidro que o vento soprava a fazer um desenho suave e doce
e eu via-te inteira com um sorriso que dizia paz
depois o mar levantou-se e as ondas dançaram num passo livre e espontâneo
na areia a luz deitava-se nas últimas horas de um dia longo e amplo como um sonho
ao longe, muito quieta, soube que foi no teu coração que o horizonte deixou o infinito
e pus-me a rir
era quase noite, Mãe
a cal das casas apagava-se devagar
e o silêncio falava mais alto sobre todas as coisas
ao longe, no lume de um dia que cessava
o infinito era o que os teus olhos traziam no regresso
e eu soube que o teu nome era então a morada de todas as coisas maiores e mais perfeitas
RM
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