E na minha boca ainda ardendo a pele da tua
Às vezes tu no silêncio do dia que começa
E ainda me tocas a pele nua
Às vezes tu dentro do sonho que me abraça
E no desassossego do vento um hino que te chama
Às vezes tu no vidro limpo da memória
E o meu peito ainda diz que te ama
Às vezes tu no cheiro das coisas que te guardam
E no reflexo de tudo ainda há os teus dedos
Às vezes tu na valsa das coisas esquecidas
E ainda sei de ti quais os segredos
Às vezes tu nas flores de um mundo preguiçoso
E nos espelhos do caminho ainda pareces chegar
Às vezes tu no voo das aves que regressam
Como se ainda fosse tempo de te amar
RM