O que vê, o que está perto
Pena dos que dão passos para longe
E não as mãos
Quando o coração se estreita
Sob o peso de um corpo cansado
Pena de quem ergue paredes
Fecha portas e sobe muros
Para que fique de fora
A súplica, o pedido, a saudade
Cuidando que assim
Não mais existe quem sofre
Não mais se lembra o lamento
Não mais existe ninguém
Mas pena também
Ou talvez não
Que somente isso se possa apagar
Do fundo de uns olhos que já não veêm
Mas se não possa apagar também
A culpa, essa, que não esquece ninguém.
Ricardo Pinto Mesquita
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