E quando percorreste com a língua
O que restava da espuma no meu corpo
Lembras-te de como a minha alma
Se expandiu e se estendeu
Frente ao fogo aceso do teu olhar, no escuro
Lembras-te do vento que levantou o teu cabelo
Que segurei nas mãos como um mar de seda
Lembras-te do céu mais alto e mais fundo
Como a viela de onde me resgataste
Lembras-te das promessas que o meu coração ouviu
E fez rocha que o tempo não engole
Lembras-te da fé que puseste no milagre
De toda uma vida assim juntos
Até sermos todos do pó
Inteiros misturados no pó do caminho
No caminho onde o vento passa
E traz o cheiro a mar
E a memória dos passos que foram os nossos.
Ricardo Pinto Mesquita
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