Tanta coisa se diz por cima da voz
Tanta lágrima se abafa por baixo do riso
Tanto sonho se adia por baixo do que fica
Tanto pedir se finge por baixo do ter
Tanto depender se finge por baixo do ser livre
Tanto medo se cala por baixo da esperança
Tanto infinito se esconde por baixo das palavras
Tanta saudade se esconde por baixo do que se agarra
Tanto do que foi se cala por baixo do que é
Tanto do que queremos morre sob o que podemos
Tanto nos fica debaixo
Que é tão pouco nosso
Isso que vem, se vê e se vive
Como a um céu de que ninguém ainda
Tivesse avistado o fundo.
Ricardo Pinto Mesquita
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