São a sombra da rua vazia esperando teus passos
E do céu que suspenso empalidece os contornos nus da tua ausência
As árvores sem nome são o tempo gasto e desabitado
Essa morada aberta que aguarda teus olhos
Para que o fogo se erga e brilhe na noite funda
As árvores sem nome são a saudade multiplicada mil vezes
Mil vezes adormecida com sonhos de amanhã
Em que serena chegasses num silêncio de sorrisos
As árvores sem nome são uma aridez imensa
Asa quebrada e voo abandonado
Porque lhes falta o tecto que és tu
As ávores sem nome são o grito calado que estala nos ossos
A incompletude das coisas adiadas
Como navios de cinza pedindo mar
As árvores sem nome são gente de costas para o sonho
Luzes que afogam e não brilham
Seara queimada se não descansas teu corpo
As árvores sem nome são apenas isso e nada mais
Se faltas às flores por florir
Se faltas aos meus braços estendidos
Negando a terra onde os sonhos se abrigam para crescer.
RM
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