Rewind

quinta-feira, 25 de abril de 2013

teu cheiro|

Teu cheiro é uma esquina inventada onde me perco
Um beco de ferro em flor e janelas sobre o rio
É um rumor de gente que chega para ficar
Como uma caligrafia espessa num papel de carta qualquer

Teu cheiro é uma prosa selvagem e irrequieta
Uma alameda florida e solitária
Em que meus braços são as árvores
De corpo erguido para te beijar

Teu cheiro é uma tempestade repentina
Um perpétuo desencontro descontente
Em que minha boca se acende de repente
Se és tu quem chega na matina

Teu cheiro é a água da fonte entardecendo
Um murmúrio de paz que se estende na cidade
É meu corpo sozinho se prendendo
E tudo lhe sabendo a liberdade

RM

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