Espero por mim, ainda, no caminho
E ao longe há uma criança que corre
A luz é mansa, o verde luminoso e sereno
Os muros de pedra como catedrais de musgo sem tecto
E os cães ladram fundo para o ar
Ainda espero por mim no caminho
E ao longe o tempo é uma brisa quente
Passeando leve entre os ramos da figueira
Espero por mim, ainda, no caminho
Vendo-te nesse passo lento e sem pressa
Que me ensinou o engano da eternidade
Em que os sonhos foram esperança ampliada
E feita carne
Espero por mim, ainda, no caminho
E ao longe as flores são eternas como fogo
E a criança continua correndo sem tristeza
Ainda espero por mim no caminho
Sem medo da noite porque te vejo
E no caminho o norte é um erro do destino
E toda a vida esperarei por mim
A criança que, por ti, ousou dias eternos
E horas de luz e acalmia.
RM
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