Rewind

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Avô,

És tu quem move o silêncio
E é tua a voz que minha pele ouve quando desperta
Há um rumor de que tudo está certo
E só por isso tens que ser tu ainda aí

És tu quem ilumina o acaso
E são ainda tuas as mãos na terra das primaveras que vieram
Há no granito do chão uma semente de verdade
E só por isso tens que ser tu ainda aí

És tu quem acende em todas as noites o regresso
E é nas tuas lembranças que o céu se abre maior
Há em todas as esquinas da estrada uma promessa cumprida
E só por isso tens que ser tu ainda aí

És tu quem me abraça por cima do que a vida interrompeu
E continuas no cimo da escada esperando que chegue
Há em todos os dias uma véspera de sonho
E só por isso sei que és tu ainda aí

(e sempre), Avô.


RM

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