Rewind

domingo, 31 de julho de 2011

Ana.

Conheci Ana há uns bons anos já. E fomos atraídos um para o outro de forma muito rápida. Para além de ser mãe de alguém de quem gosto muito, Ana é alguém a quem aprendi a admirar. Há qualquer coisa de luminoso na sua gargalhada - é como se estendesse um lençol de luz sobre os fantasmas e os desaires da sua vida.

Ana teve uma vida cheia - cheia nesse sentido de plena, vivida de corpo e alma, sem receios, sem medo e sem nunca deixar de acreditar. Conheci o seu amor absoluto pelos filhos - todas as privações e esforços que fez para que eles estivessem sempre bem.

A sua casa é como um ninho repleto de luz - essas luzes que ela nunca gosta de apagar como alguém que aprecia genuinamente a luz das coisas, da vida e das pessoas.

Fui jantar com eles inúmeras vezes - e nunca uma vez aquela mesa deixou de saber a esperança, a amor e a luta.

Há muito na casa da Ana e da Joana daquilo que existe na minha - e por isso me sinto sempre tão bem no meio daquelas tagarelices infindáveis, daquelas noites de poesia e música.

Estive com a Ana em dias menos bons e nos dias mais felizes - e sempre houve uma dignidade imensa nessa disponibilidade para amar que lhe nasce no coração enorme.

No dia em que a filha acabou o curso, Ana chorou. Soube o que significava aquilo para ela - uma vitória sobre a estupidez da vida e das pessoas, um hino ao amor que lhe põe a filha acima do cansaço.

Ana acredita no amor - num amor aceso, intenso e fundo como um rastilho que se acende para nos animar o espírito. E vive-o com essa simplicidade de se entregar às coisas que a vida lhe vai trazendo. Ampara-se nelas e acaba amarrando-se fundo naqueles de quem aprende a gostar.

Há muito de mim na Ana - e como homem fui imediatamente fascinado por aquele charme, atitude e capacidade de fazer de um ideal a maior das armas.

Recordarei sempre a Ana - do pouco se faz muito, se faz tudo. Guardo-lhe uma admiração imensa: pela mãe, pela mulher, pela amiga que é.

Sei que estará sempre por perto - perto é a única medida para o amor que a Ana conhece. E, na verdade, que outra poderia ser?

E guardo no silêncio essa onda de felicidade que me chega quando penso naquela família - graças à Ana, à Ana da força, da dedicação e do amor intenso, tudo se acaba sempre compondo. O amor é também lamber as feridas. E continuar. Sempre.

Pelo amor aos outros e por esse compromisso eterno que forjamos na carne com aqueles que aprendemos a amar.

1 comentário:

Joana Banana disse...

que maravilha :)

olha q há sítios horríveis que nos salvam um bocadinho

near death experiences :D

:****